terça-feira, 21 de dezembro de 2010

Toda história tem seu fim... ou não...






Foi tão "baum", o Gago viveu nos palcos e vive dentro de mim agora! Eu dedico esse personagem a todos que amam a arte e que sempre tem o amor como fonte de transformação... o amor que é capaz de tudo!
Evoé Gago!

Ametonyo S.

quinta-feira, 18 de novembro de 2010

AMANHÃ \O\O


Ai meu Deusin do cér, é amnhã pessoar! Bora lá pro MACU vê A ROSA DE CABRIÚNA...
INTÉ PESSOAR, VEJO OCÊS TUDO AMANHÃ, OU DESPOIS OU DESPOIS...


terça-feira, 16 de novembro de 2010

aí que dô...

Quando ieu vi a Rosa cum otro home, cum o fidélis... ai dô no coração. Ieu comecei a chorá de tanta dô que ieu sintí... ai ai coração ruim, só gosta de quem num gosta de nóis.
Ela tava cum ele, pertim um do otro, ieu fui dá um abraço i ieu fiquei todo disconfiado e abracei ela cum medo e triste... depois ieu saí de perto e fui pra cima chorá feito uma criança, juntô tudo. Meu coração tava apertado, e ieu num aguentava mais fica triste e pensano em futuros que pudia acontecê mai era incertuoso... ieu tive que acordá nesse dia...
E ieu acordei!

19, 20 E 21 DE NOVEMBRO NO TEATRO MACUNAÍMA
A ROSA DE CABRIÚNA, ÀS 19H E 21H.

Venha vê o finar desse causo...

sexta-feira, 22 de outubro de 2010

25 de Gago!

Êrre, trem longe sô...
Ieu, a Petúnia e Benta foi pra 25 de Março, lá in São Paulo... ê lugá grande, insquisito, chei de gente estranha, montam de loja, de gente gritano... as rua tudo cheia, quasi que num dava pra nóis pasá.
Mai foi baum... nóis comprô um monte de tecido pra fazê os vestido das menina, fitinha, e um chaper novo pra ieu... bem bunitão... de páia!
Nóis andamo, andamo, andamo, e nunca parava de andá... fomo num monte de loja procurano os tecido (ôs menina que tem gosto estranho, viu?!), e a Benta comprô tudim...
Teve uma hora lá que nóis inté se perdemo, mai foi ingraçado....
Todo mundo andano pro lado e pro otro e ieu atrais da Petúnia e da Benta.

ô lugá ingraçado sô, mai ieu gostei de cunhecê São Paulo...
É grandona, iluminada, e fede quinem num sei lá o que!
Foi um passei legar.... na vinte e cinco de gago.

terça-feira, 12 de outubro de 2010

Feliz dia das criança pessoar!


Feliz dia das criança pessoar!!!
Hoje é dia de festa lá na fazenda de Nhor Zé Inácio, as menina toda animada... munta comida, e presente pra elas...
A Margarida ganhô uma boneca nova... e as otra ganharo cada uma uma parte do brinquedim de cuzinha.... mai ô como ficaro felizes!
Tá sendo a maió festa, com munta música de viola e dança das menina... ô povo animado.
Me dá até sardade de quando ieu era pequeninho... ó ieu aí:

Ê sardade que me dá....

segunda-feira, 11 de outubro de 2010

...


Ê, é o distino, num é? É o destino preto, onde num sei se tem um luz no fim...
Analisando a situação, as coisas se intercalam, se completam, se misturam. O que é criado se transforma em real, o que é vivido imita aquilo que será. Um impulso, inspiração. Como
dizia o sábio, há males que vem para o bem!
Ieu num sei versejá, num sei proseá nas rima... mai pur dentro sô vaso de loça, sô fina porcelana rear.
A Rosa num me ouviu, ela se deixô levar por aquele dianho do Fidélis, aquela arma leprosa, aquele excomungado. Ela partiu meu coração, tar que
iguar a Benta faló pra ela. Mai ela num inscuta ninguém...
Tá aí agora, pra parí fí do diá, fí do coisa ruim... vai n
acê iguar que o pai, tomara que não!
Ieu dei a chave do meu coração pra ela, mai ela feiz foi apertá mais ainda despois que abriu de veiz... me jogô fora feito uma coisa quarquer...
Mai ieu nun consigo pará de pensá nela, num dá... meu corpo pede ela, ieu sinto o chero dela, o toque dela, a boca dela, tar quar daquela veiz...
Abraço meu lencor, e lembro daquela veiz. Ieu sinto ela in todo os momento, ela num sai da minha cabeça.
Ieu quero tocá ela, quero bejá ela, quero abraçá ela... quero sê dela e ela de ieu.

domingo, 10 de outubro de 2010

Mai como dói o coração...

Despois que ieu saí da fazenda do Nhor Zé Inácio, tudo foi bem deferente... munta coisa mudô!
Num tinha mai o que fazê naquelas banda... si ieu ficasse por lá, era capaz daquele diá me matá, e ieu num queria morrê! Entonce ieu arrumei minhas coisa, i ieu fui pra São Paulo... lá minha vida ia sê deferente, pruquê in São Paulo tem munta gente, carro, bandido, mai ieu tinha que í... tinha que arrumá um imprego e trabaiá...
Mai antes de ieu saí lá das banda ieu orví dizê que a Rosa tinha casado...


ô como dueu, todo meus desejo cairam no chão, i ieu senti que ieu nunca mai fosse pegá de vorta... foi uma decepção muito é das grande... ieu fiquei sem fala, num consiga falá nada...
Como dueu meu coração...

"Não queria ter ouvido nada que me fizesse acordar do meu sonho! E agora?"
"Ainda é possível? Quem sabe?! Vamos esperar."

Quem sabe um dia nóis volta a se encontrá e ela quera ieu... ô que ela me deseje como ieu desejo ela...
Mai como dói o coração...

quarta-feira, 6 de outubro de 2010

ô José!

Ieu cu-cu-cu-nhece um cabroco mai muito do trabaiadô, o nome dele é José.... Vive nessas banda aqui da roça. sempre cunversando com o Nhor Zé Inácio, pedino servicio, inté que o Nhor Zé Inácio chamê ele e mais otro pra trabaiá na fazenda... Os home trabaia viu? Vive ajudano a gente, ô home baum viu! Esses sim é trabaiadô de verdade! Mora aqui do lado da fazenda, num barraquinho, ele e a muê, e a filinha, nome dela é Catarina da Silva, ô menina linda sô...
O José é dos home baum, coração baum e arma boa!
Ruim é esse Fidélis, ô arma desgraçada, arma do diá... agora só vive bateno nas menina e tirano dinhero do seu Nhor Zé Inácio... ara se ieu tivesse corage, ieu matava esse diá!
"Ara, seu excomungado! Arma leprosa"

CARROCEIRO: ... Escrevo í assino im cruis: mardade é coisa aprendida. É arte de larga experiência e muito ano de oficio. Trabaio amiúde...

Nhor zé inácio vai ficá iguarzinho que ele... CREDO IN CRUIS! AVE MARIA!

sábado, 2 de outubro de 2010

ieu vô num teatro, ieu vô num teatro!!

Ieu vô num teatro pela primera vez na vida, e ieu vô cum as menina da famia... cum a Rosa...
Inté parece que é um causo aqui do sertão, d'umas menina de uma fazenda, bem parecida cum essa daqui... o nome é A Rosa de Cabriúna, cum o pessoar lá de São Paulo que vem apresentá pra nóis aqui da cidade, a premera veiz que vem pra cá... A praca que ieu vi era anssim:

A Rosa de Cabriúna de Luis Alberto de Abreu
Direção: Adriana Costa
19, 20 e 21 de Novembro de 2010 às 19h e 21h.
R$ 14,00 (inteira) e R$ 7,00 (meia)
Teatro Macunaíma
Se achegue pessoar, pra mode orví esse causo!

Ieu só num intendí pruque eles colocaram que vendia meia... será que tem que comprá essa meia? Mai eu tenho uma aqui no meu barraco, ieu vô é levá uma meia pra ieu num te que comprá... Nhor Zé Inácio que vai paga a entrada pra todo mundo, pras menina, pra Ponciana e pra Benta....
Êrre como vai sê baum!


Vamo ocê também?!


Num é não?

Mai pruquê ieu num tenho corage? Ieu sô munto é-é-é-é do cagão...
Parece inté que ieu sô um saco de pancada. Mai é assim, um dia ieu aprendo, um dia ieu vô te corage, nim que seja pra mudá toda as coisa, mai ieu falo. Ieu tenho de falá, e si fô verdade, se acuntecê mermo? Ieu tenho é medo, mai ieu tenho de vencê esse medo...
Ieu tenho de sê quem ieu quero sê, de quarquer forma... num posso ficá agradano as pessoa se ieu num tô bem, num é?
Ieu te-te-te-nho de sê TRANSPARENTE, ieu tenho de ser muito é HONESTO cumigo e co'otro...
Num é não?
Ieu queria falá toda as verdade que ieu quero, tudo que ieu quero falá ieu queria falá pra quem ieu quero, mai cadê a corage, cadê a força que num tem? Ieu tenho de pará de sê besta, isso sim!
Ieu fico no pé, e nem aí pra ieu? Ieu tenho que falá a verdade, pra mode sabé se é verdade também...
Mai ieu vô descubrí... Ieu vô falá a verdade, o que ieu sinto...

quinta-feira, 30 de setembro de 2010

A frô entre as frô...

Ê, como ieu gosto d'ocê Rosa... a frô entre as frô!

segunda-feira, 27 de setembro de 2010

Petúnia, ocê mim impresta?

Ieu tenho é de arrumá logo um livro pra mode ieu aprendê a falá bunito pra Rosa...
Mai como ieu vô lê? Ieu inté que sei lê um poquim.... ieu dô um jeito, mai eu tenho é de começá logo sinão ieu num vô guardá e lembrá de falá pra ela...
Ela fica só escutano o diá do Fidélis, e insquece de ieu...
Mai ieu vô aprendê in livro o mode de falá sin insquecê nim ga-ga-ga-ga-guejá...
Mai onde ieu vô arrumá esse livro? Vô vê si uma das menina tem pra imprestá pra ieu... quem gostá de lê é a danadinha da Petúnia, ieu vô pidí a ela um li-li-li-vro pra mode ieu aprendê a proseá nas rima, e a Rosa gostá mais de ieu.
- Petúnia, mim impresta um livro, pra mode ieu aprendê a proseá nas rima iguar qui o Fidélis?


sábado, 25 de setembro de 2010

represa do peito...

Ieu num tenho corage de infrentá o Fidélis... o bicho ruim, é do diá! Inté parece que tudo tem que acuntecê justo quando ieu e a Rosa tava bem, aí tem que aparece logo esse home...
ê gago sen sorte... num tem sorte cum nada...
Num tem mãe, um pai num deu as cara nunca mais, o coração da Rosa tá reinando n'otras parage, Nhor Zé Inácio bota ieu pra pasá o dia todim nos chiquero cuidano dos porco, enquando o diá fica se esfregano nas fia dele... Além de tudo, ieu sô gago, como pode? Tudo de ruim in cima de ieu...
Mai um dia ieu me aprumo...
"Amor meu tá desbordano feito água na represa do peito... Mai isso num tá certo... Nhor Zé Inácio... Ieu võ arrecoiê os animar. Noite, Rosa!"

sexta-feira, 24 de setembro de 2010

joga fora feito lixo...

Ieu acho que quem num trabaia direito, nus cunforme,nem merece nada, num merece nenhum respeito... As pessoa que qué respeito tem que trabaiá pra isso...
Iguar que acunteceu cum ieu... Ieu sempre trabaiei direitim pro Nhor Zé Inácio, sempre nos cunforme... aí, do nada, chega um zé ninguém, de num sei d'onde, e toma meu lugá, anssim de uma hora pra otra? Isso é justo? Né justo não!
A pessoa trabaia todo santo dia, de sór a sór, sem recebê um tustão - não que ieu quera, pruque Nhor Zé Inácio e Dona Ponciana é como meus pai - mais é mode que ieu me sinto um animar jogado agora, ninguém quer sabê do Gago, todo mundo intráis do Fidélis.
Fidélis, home do diá! Inté Rosa vive cum ele, nem qué mais sabé de ieu, me abandonô.
É anssim, a pessoa ajuda ajuda, e quando num querem mais, joga fora feito lixo...

quinta-feira, 23 de setembro de 2010

Vaso de loça, fina procelana rear!

"Ieu num sei versejá... Num sei pro-pro-seá nas ri-ri-ma... pa-pa-pa-lavra corcoveia por cima procurano mod' acertá... Num tenho aprumo pra vistí, sô mei nham-pan, mei dura da roça. Mai si num acho palavra bunita, si beleza num sei palavrá, é riacho que corre pur dentro, lidando a mor' de casá as palavra c'os sentimento. Amor ieu num sei demonstrá, nem num sei dos gosto das moça... mas por dentro sô vaso de loça, sô fina porcelana rear..."

domingo, 19 de setembro de 2010

Ai como dói...

Ô dô aqui dentro do meu coração, sô! Inté parece que vai explodi. É tão ruim num podê ficá com ela, num podê bejá ela, num podê abraçá ela, dói demais.
Coração da gente agalopa, num tem frei nem rédia. Mai quê que ieu vô fazê? Vô falá cum ela? Mai i se ela num quisé ieu, si ela gostá de otra pessoa? Quê que eu vô fazê? Ficá só na vontade? Ieu num aguento não, coração da gente dói, e é cheio de preguntação. Mai Nhor Zé Inácio vai me matá se subé disso, ieu num posso. E se eles quisé me mandá imbora, num quisé mai ieu pur perto? I se elis num gosta disso? Quê que ieu faço?
Fico calado? Posso demuntrá o que ieu sinto pra ela? Se ela num gostá disso? Se ela num quisé ieu?
Ai como dói o coração, sô! Faiz uma sangria no peito.
"Num faiz sangria que ocê num vai podê atá..."
Mai ocê já feiz nu meu coração.
Quero me adeitá pa pensá em ocê, e sonhá com ocê de novo... me bejano, me abraçano, me amano.
Ô dô!

Sonho

Ieu quero durmi pra mode sonhá cum ocê de novo, quero podê durmi pra sintí o gosto do deu bejo, da tua boca Rosa. Ocê me faiz sonhá, ocê me faiz feliz. E ieu num quero que tudo se acabe de uma hora pra otra, pur isso é meió ieu esperá um bucadim, mai ieu num tô mai aguentano sô.
Dá uma vontade, que Deus me livre... uma vontade de te abraçá, de senti seu chêro, senti ocê pertim de ieu, quero te beijá de novo Rosa.
Quero durmi pra mode ieu sonhá com ocê mai uma veiz, é só o que ieu quero agora.

quarta-feira, 15 de setembro de 2010

Mai ieu gosto munto do Nhor Zé Inácio!

Mai ieu gosto é munto do Nhor Zé Inácio, é um pai pra ieu... ieu devo munta coisa pra ele (e ele pra mim, ara!), ieu gosto tanto dele que ieu tenho que sempre falá o que as menina apronta por essa fazendona de Deus.
Essas menina vive fazendo arte pelo's escondido, arrumando cada coisa pra ieu... mai sempre ieu falo pro Nhor Zé Inácio, pelo meno quando elas dexa né, que ô meninas de Deus em! Mai eu tenho que falá pruque sinao sobra é pra ieu, tudo cai nas costa é do Gago aqui, e é pur isso que ieu sempre falo...
Ele nu fim sempre descobre mermo. Mai é mió avisá antes que sobra pra ieu...
Esses dia a pequena, a diabinha da Margarida veio me apreguntar se ieu sabia o que era priguita, mai ara sô, e isso lá é cunversa de menina piquena? Né não... só num cuntei pro seu Nhor Zé Inácio, mode pruque ele chegó e ieu num tava fazendo as coisa... se ieu disesse ele ia ficá feito boi bravo era cum ieu nera nem cum elas...
Mai ieu gosto munto do Nhor Zé Inácio!

terça-feira, 14 de setembro de 2010

ara...

Mai ara pruque a vida tem que sê tão difici? Tanta decisão... iagora?
Ara, ê vidão...

segunda-feira, 13 de setembro de 2010

êngrolo...

Sabe? Sê gago num é munto fácil não, ma-a-a-ai a gente aprende a vivê cum isso... mai as vez ô-ô-ô- tra-a-a-a-paiada que me faiz as palavra, sô! Quandu num é a difircudade pra palavra saí, ieu enganxo nas letra, é um dificurdade pra falá... e quando a lígua qué dá uma de lesa, querono ficá enrolada dentro da boca, sem saí pra fora? Engrola direto minha língua, dá até agunia, mai só acuntece quando ieu tô fulo de raiva, quando ieu num cunsigo fa-fa-fa-fa-zê arguma co-o-o-o-o-isa, é um baruio só quando o pessoar vê, todu mundo vem acoiê ieu pensano que ieu vô morrê... é uma correria.... as menina, Nhor Zé Inácio, D. Ponciana, inté o povo que pa-pa-pa-pa-ssa na rua para pra mode vê ieu... mai na hora que Benta chega cum as resa dela, é tiro certero sô, é Benta chegá e a língua desengrolá....

- Benta, Benta.... o Tonho tá cum a língua engrolada! Caminha Benta, caminha!
- Carma pessoar, munta carma, senão a lingua do gago vai é ficá cum medo d'ocês... Pega os raminho e reza cum ieu ... "Cachorro que late, num morde. Gente que briga, se acóie. Língua de home que engasga, só passa despois de um gole"...

domingo, 12 de setembro de 2010

êrre vidão!

Ê domingão de Deus! Errê sertão danado! Domingo é meu dia de discanço, armoço lá com o pessoar e vô pra minha redinha.... ê vidão bão sô! Ara que aqui o calor é grande, mais que 40 grar. O chão já tá se rachano no meio, a erpoca de seca tá chegano.
Hoje de manhanzinha ieu fui tomá banho no rio aqui pertim da fazenda... ô aguinha boa da penga sô! Geladinha... deu inté pra mode ieu leva um pexe pra Benta fazê pra nóis armunçá. Ieu nadei, ieu pulei, ieu bebi da argua, e ainda catei o pexe... o mundão de água sô.
Ieu faço é agradecê a Deus pur me dá esse setãozão de Deus pra mode ieu vivê nele!
Agora ieu vô é dá um cuxilim, pra mode ieu descansá o juizo e as perna. Vô ficá admirando o pô do sor...
Êrre VIDÃO!

sábado, 11 de setembro de 2010

Mai eu num sei namorá!

Hoje a Rosa veio para cima de ieu cum'as cunversa de namoro...
Dizeno ela que garrô a ter amô prum home, de uma fazenda, um capataiz...
I agora? Que que ieu vô fazê? Iu num sei quem é esse moço, mai ieu num quero que a Rosa namore cum ningum home desse,não... pruque ieu que tenho que namorá cum ela! Mai ieu num sei namorá! Ara!

Famía

No meu quartim aqui na fazenda, num tem quase nada, só uma cama e um ventilador, e é craro as minha ropa! É tudo bem siprizinho, mai cum muito amor. Ieu dô graças a Deus mode ieu tê tia Ponciana, Nhor Zé Inácio, a Benta, e as menina, priciparmente a Rosa... Eles é minha famia!
O pessoar mora no meu coração, é como si eu tivesse um pedarço de mim neles! Ieu gosto tanto, que mim dá uma dô. Ieu num sei o que seria d'ieu se num tivesse isso, é como se fosse um rufuigiu, meu porto seguro!

sexta-feira, 10 de setembro de 2010

A Rosa murcha...

ai sô!

N-n-n-nessa longa estrada da vida, vô levanô e não posso parar ar...

Mai pruquê?

Mai pruquê as pessoa que a gente mais gosta tem que ficá longe de nóis taum rápido? Mi diz pruquê? Pruquê nóis num pode grudar essas pessoa do lado de nóis e carregá pra onde nóis fô?
Tava tudo tão bunitinho, derrepente, nóis tá sem ela. E agora? Que nóis vai fazê?
Um cumpade meu diz que nóis tem que tê fê e acreditá que tudo vai dá certi!
Tomara vir, Deus te oça cumpadre!

a galinha...

Ara, agorinha de noite minha galinha ponhadora dos ovo, bateus as bota... ô minha Nossa Senhora de Fátima, pruquê isso? Pruque sempre tem que acuntecê arguma coisa ruim quando nois tá bem?
Ô meu padim Ciso, i agora? Que nóis vai fazê aqui na fazenda? Sem ocê nóis num é o mermo galinha, vorta, num vai imbora não! Fique cum nóis...
Mai quando Deus do cér quer que acunteça arguma coisa, tem que ser do jeito dele, ele óia por nóis e sabe o mior pra nóis.
Inté Galinha, Deus do cér lhe ilumine.

quinta-feira, 9 de setembro de 2010

São Gonçalo do Amarante

Otro dia desse, ieu tava fazendo meus afazê, e ieu orvi as menina cantano, na bera do rio, para mode um tal de São Gonçalo...
"São Gonçalo do Amarante,
casamentero das véia...
Por que não casa as moça...
que mar lhe fizero elas?"

Ara... donde já se viu, umas menina nova desse jeito in procura de santo casamentero?
... ara!

Gago cagão... 2

- Ô-ô-ô-ô Benta, ieu tô cum medo Benta...
- Ara, dexa de sê cagão Tonho, óia o teu tamanhu home... cria vergonha na cara.
- Ô-ô-ô-ô Benta, mai o que que é aquilo alí se mexeno em Benta?
- Ô que Gago?
- A-a-a-a-quilo Benta...
- Para de irmaginá as coisa seu molenga...
- AAAAAA, ô Santa Rita de Cássia... Margarida ieu disse pra ocê pará de mim dá susto, menina... que que ocê ta fazeno aqui uma hora dessa?
- Ara Gago, é modes pruquê ieu vim dá susto in ocê... i ieu cunsigui... GAGO MOLE, GAGO MOLE!
- Ieu nun sô mole não Margarida, é modes pruque ieu tô sem cumê inté agora e meus nervo tá fraco.
- Dexa de inventá história pra menina seu Gago, tu é cagão...

Gago cagão...

- Ô Tonho, ieu preciso que ocê vá lá na mata caçá uma pranta cu'a Benta.
- M-m-m-mai Nhor Zé Inácio, num tá munto tarde não, não?
- Ora home dexa de sê mole, se num fosse Ponciana ieu tinha ido, um home brabo com eu, só tô mandando ocê mode que eu tenho que cuidá de sua tia que tá lá na cama cum febre. Anda home!
- Ô Nhor Zé Inácio, inecessita mermo de ieu í?
- Mai vai logo caba, onde já se viu um capataiz cagão desse?!

As menina da fazenda!

Minha tia Ponciana, g-ó-ó-sta de umas frô. E foi pur isso que meteu nas fia, os nome das frô que mai gostava... Miosóti, Margarida, Magnólia, Violeta, Petúnia, Hortênsia... e a frô de todas as frô... Rosa!
Ê Rosa, ô menina bo-o-o-onita sô! Dói os zói de oiá pra ela.
Rosa é a mai véia das menina, mai parece um bebezin, ra! ô menina de fogo grande, mai é de bom coração, viu? Nois vive junto... quando ieu tenho um tempim ieu vô lá visitá ela... tá sempre c'um vi-vi-vi-o-lão nas mão, mode de toca umas boa moda. N-n-n-unca cuntei isso pra ninguém não, mai tá pra exprudir de meu peito... Ieu garrei a tê amor pr'la.
Ô-ô-ô menina Rosa...

quarta-feira, 8 de setembro de 2010

O Gago e A Rosa!

O Gago brigou c'm Rosa, debaixo de uma sacada. O Gago saiu ferido e a Rosa despetalada...


Ara, ma-ma-ma-i quê que isso?

Desde de pequeno a gagueira me acampanhou, os menino lá de perto da fazenda vivia caçuando de ieu. Fui criado no mei do mato, cum zanimar, c'as criança pertim de iue, era uma criança filiz. Purém, minha vida todinha trabaiei na fazendo do Nhor Zé Inácio, ô home bom... D. Ponciana, uma arma de Deus, mim dava cumida, ropa usada do esposio, e um lugazim pra mode ieu morá.
ô povo de coração bom...

D. Seferina... Santa Rita de Cássia!


- Ara, inté pa-a-a-a-rece que minha mãe não sai mai de-de-de minha cabeça. Hoje passei o dia tudin pensano nela. A-a-a-a irmage que vem na minha cabeça de mãezinha, é de uma muiê boa, de coração bom, bu-bu-bu-nita... bunita feito Santa Rita de Cássia. Seu Dega foi um home de só-ó-órte.
- Ô Gago, dexa dessas tristeza home, ôce num vê, mai irmã Siferina tá sempre de lado de tu. Tu num sempre carrega esse terçe aí que ela le dexô antes de morrê? intonce fi, ela ta sempre cuntigo. Chore não, a irmã aqui de sua mãe num desapara ocê não, viu. Deus quizé!
- Ô-ô-ô-brigadu tia Ponciana.



terça-feira, 7 de setembro de 2010

foi anssim...

Quando era menor, eu sentia tanta das farta de minha mãezinha. Tia Ponciana me diz que a coitada morreu na hora que tava parindo ieu. Queria vê ela... mai um dia ieu vejo, Nho Deus ai de querer!

Foi assim, D. Severina, minha mãe, tava de nove meis, quando começaram as dô... Ieu tava caçando jeito de ieu saí pra fora da barriga. Nho Zé Inácio foi lá na casa de Dona Maria Rita, a benzedeira-parteira, modeque ela mim tirá de dentro. Foi tudo ligero, na hora que Maria Rita chegô lá, mãe gritava feito uma cabrita, de tanta dô.
É-é-é foi anssim... D. Rita cortô a barriga da coitada, mim tirô, e mãezinha morreu.
Era tanto do sangue...

ô dó!


- Ô-ô-ô-ô Benta, como era minha mãezinha?
- Ara Gago, quinem ocê. Os zói é merminho.
- Ô como eu queria conhecê minha mãezinha.