sexta-feira, 22 de outubro de 2010

25 de Gago!

Êrre, trem longe sô...
Ieu, a Petúnia e Benta foi pra 25 de Março, lá in São Paulo... ê lugá grande, insquisito, chei de gente estranha, montam de loja, de gente gritano... as rua tudo cheia, quasi que num dava pra nóis pasá.
Mai foi baum... nóis comprô um monte de tecido pra fazê os vestido das menina, fitinha, e um chaper novo pra ieu... bem bunitão... de páia!
Nóis andamo, andamo, andamo, e nunca parava de andá... fomo num monte de loja procurano os tecido (ôs menina que tem gosto estranho, viu?!), e a Benta comprô tudim...
Teve uma hora lá que nóis inté se perdemo, mai foi ingraçado....
Todo mundo andano pro lado e pro otro e ieu atrais da Petúnia e da Benta.

ô lugá ingraçado sô, mai ieu gostei de cunhecê São Paulo...
É grandona, iluminada, e fede quinem num sei lá o que!
Foi um passei legar.... na vinte e cinco de gago.

terça-feira, 12 de outubro de 2010

Feliz dia das criança pessoar!


Feliz dia das criança pessoar!!!
Hoje é dia de festa lá na fazenda de Nhor Zé Inácio, as menina toda animada... munta comida, e presente pra elas...
A Margarida ganhô uma boneca nova... e as otra ganharo cada uma uma parte do brinquedim de cuzinha.... mai ô como ficaro felizes!
Tá sendo a maió festa, com munta música de viola e dança das menina... ô povo animado.
Me dá até sardade de quando ieu era pequeninho... ó ieu aí:

Ê sardade que me dá....

segunda-feira, 11 de outubro de 2010

...


Ê, é o distino, num é? É o destino preto, onde num sei se tem um luz no fim...
Analisando a situação, as coisas se intercalam, se completam, se misturam. O que é criado se transforma em real, o que é vivido imita aquilo que será. Um impulso, inspiração. Como
dizia o sábio, há males que vem para o bem!
Ieu num sei versejá, num sei proseá nas rima... mai pur dentro sô vaso de loça, sô fina porcelana rear.
A Rosa num me ouviu, ela se deixô levar por aquele dianho do Fidélis, aquela arma leprosa, aquele excomungado. Ela partiu meu coração, tar que
iguar a Benta faló pra ela. Mai ela num inscuta ninguém...
Tá aí agora, pra parí fí do diá, fí do coisa ruim... vai n
acê iguar que o pai, tomara que não!
Ieu dei a chave do meu coração pra ela, mai ela feiz foi apertá mais ainda despois que abriu de veiz... me jogô fora feito uma coisa quarquer...
Mai ieu nun consigo pará de pensá nela, num dá... meu corpo pede ela, ieu sinto o chero dela, o toque dela, a boca dela, tar quar daquela veiz...
Abraço meu lencor, e lembro daquela veiz. Ieu sinto ela in todo os momento, ela num sai da minha cabeça.
Ieu quero tocá ela, quero bejá ela, quero abraçá ela... quero sê dela e ela de ieu.

domingo, 10 de outubro de 2010

Mai como dói o coração...

Despois que ieu saí da fazenda do Nhor Zé Inácio, tudo foi bem deferente... munta coisa mudô!
Num tinha mai o que fazê naquelas banda... si ieu ficasse por lá, era capaz daquele diá me matá, e ieu num queria morrê! Entonce ieu arrumei minhas coisa, i ieu fui pra São Paulo... lá minha vida ia sê deferente, pruquê in São Paulo tem munta gente, carro, bandido, mai ieu tinha que í... tinha que arrumá um imprego e trabaiá...
Mai antes de ieu saí lá das banda ieu orví dizê que a Rosa tinha casado...


ô como dueu, todo meus desejo cairam no chão, i ieu senti que ieu nunca mai fosse pegá de vorta... foi uma decepção muito é das grande... ieu fiquei sem fala, num consiga falá nada...
Como dueu meu coração...

"Não queria ter ouvido nada que me fizesse acordar do meu sonho! E agora?"
"Ainda é possível? Quem sabe?! Vamos esperar."

Quem sabe um dia nóis volta a se encontrá e ela quera ieu... ô que ela me deseje como ieu desejo ela...
Mai como dói o coração...

quarta-feira, 6 de outubro de 2010

ô José!

Ieu cu-cu-cu-nhece um cabroco mai muito do trabaiadô, o nome dele é José.... Vive nessas banda aqui da roça. sempre cunversando com o Nhor Zé Inácio, pedino servicio, inté que o Nhor Zé Inácio chamê ele e mais otro pra trabaiá na fazenda... Os home trabaia viu? Vive ajudano a gente, ô home baum viu! Esses sim é trabaiadô de verdade! Mora aqui do lado da fazenda, num barraquinho, ele e a muê, e a filinha, nome dela é Catarina da Silva, ô menina linda sô...
O José é dos home baum, coração baum e arma boa!
Ruim é esse Fidélis, ô arma desgraçada, arma do diá... agora só vive bateno nas menina e tirano dinhero do seu Nhor Zé Inácio... ara se ieu tivesse corage, ieu matava esse diá!
"Ara, seu excomungado! Arma leprosa"

CARROCEIRO: ... Escrevo í assino im cruis: mardade é coisa aprendida. É arte de larga experiência e muito ano de oficio. Trabaio amiúde...

Nhor zé inácio vai ficá iguarzinho que ele... CREDO IN CRUIS! AVE MARIA!

sábado, 2 de outubro de 2010

ieu vô num teatro, ieu vô num teatro!!

Ieu vô num teatro pela primera vez na vida, e ieu vô cum as menina da famia... cum a Rosa...
Inté parece que é um causo aqui do sertão, d'umas menina de uma fazenda, bem parecida cum essa daqui... o nome é A Rosa de Cabriúna, cum o pessoar lá de São Paulo que vem apresentá pra nóis aqui da cidade, a premera veiz que vem pra cá... A praca que ieu vi era anssim:

A Rosa de Cabriúna de Luis Alberto de Abreu
Direção: Adriana Costa
19, 20 e 21 de Novembro de 2010 às 19h e 21h.
R$ 14,00 (inteira) e R$ 7,00 (meia)
Teatro Macunaíma
Se achegue pessoar, pra mode orví esse causo!

Ieu só num intendí pruque eles colocaram que vendia meia... será que tem que comprá essa meia? Mai eu tenho uma aqui no meu barraco, ieu vô é levá uma meia pra ieu num te que comprá... Nhor Zé Inácio que vai paga a entrada pra todo mundo, pras menina, pra Ponciana e pra Benta....
Êrre como vai sê baum!


Vamo ocê também?!


Num é não?

Mai pruquê ieu num tenho corage? Ieu sô munto é-é-é-é do cagão...
Parece inté que ieu sô um saco de pancada. Mai é assim, um dia ieu aprendo, um dia ieu vô te corage, nim que seja pra mudá toda as coisa, mai ieu falo. Ieu tenho de falá, e si fô verdade, se acuntecê mermo? Ieu tenho é medo, mai ieu tenho de vencê esse medo...
Ieu tenho de sê quem ieu quero sê, de quarquer forma... num posso ficá agradano as pessoa se ieu num tô bem, num é?
Ieu te-te-te-nho de sê TRANSPARENTE, ieu tenho de ser muito é HONESTO cumigo e co'otro...
Num é não?
Ieu queria falá toda as verdade que ieu quero, tudo que ieu quero falá ieu queria falá pra quem ieu quero, mai cadê a corage, cadê a força que num tem? Ieu tenho de pará de sê besta, isso sim!
Ieu fico no pé, e nem aí pra ieu? Ieu tenho que falá a verdade, pra mode sabé se é verdade também...
Mai ieu vô descubrí... Ieu vô falá a verdade, o que ieu sinto...